Qual é a melhor
postura para fazer uma Puja ou outra disciplina espiritual ?
As disciplinas
espirituais (Sadhanas) como a Puja, a cerimonia de fogo (Homa/Havana), a
recitação das escrituras (Patha) e outras tem como objetivo estabelecer uma
maior afinidade com a força espiritual da Divindade, ou seja, propiciar uma
natural e intuitiva identificação onde o ideal Védico de “Tat Tvam Asi” (Tu és
aquilo) se manifeste.
Todo este
processo de progressiva identificação com a Divindade através da meditação (Dhyana)
e do transe místico (Samadhi) é detalhadamente descrito nos Yoga Sutras de
Patañjali. Nessa escritura estabelece-se que um dos primeiros passos deste
processo é conquistar uma postura estável, ou seja, conquistar um Asana. O
Asana deve ser confortável o suficiente para que possa ser mantido pelo tempo
necessário sem desestabilizar a mente com dores ou outras aflições do corpo físico.
Algumas
Sadhanas, algumas disciplinas espirituais, podem se estender por tempo
considerável ...... ninguém quer partir quando está em boa companhia, não é
mesmo ? ;) E quem seria melhor companhia
do que o nosso próprio ideal de perfeição e Divindade (Ishta Devata) ? Para
desfrutar do privilégio de estar em adoração tanto a mente quanto o corpo devem
estar preparados. A escolha de uma postura firme e confortável é muito
importante neste sentido. A postura simples de lótus é uma ótima escolha e o
devoto pode treinar seu corpo à permanecer nela por períodos cada vez maiores.
Algumas outras
posturas são adequadas para disciplinas espirituais (Sadhanas) especificas e
outras, por sua vez, são inadequadas. Por exemplo, a postura do cadáver
(Shavasana) é usada em algumas Sadhanas Tantricas que são praticadas no campo
crematório, esta postura facilita a identificação do iniciado com o alicerce
usado nesta prática. A postura de joelhos, muito comum na adoração ocidental,
deve ser evitada pois além da instabilidade em mantê-la e do eventual desconforto
, ela está associada à uma atitude psicológica de submissão que não combina com
o preceito Védico de identificação com a Divindade e seus desígnios. O homem no
Dharma não é um mero joguete das forças do destino, ele é atuante na criação de
melhores condições para sua vida (Artha) e é um ativo buscador da União com a
Divindade (Moksha).
Jaya Maa !
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