sábado, 10 de outubro de 2020

Nome Espiritual

 

Namaste,

 

Todo ser humano desempenha diversas “funções” em sua vida. Cada uma destas funções mostra uma faceta especializada, especifica e focada numa determinada ação e pode variar conforme o momento (tempo) e o local (espaço).

 

Um determinado homem chamado “João”, por exemplo, assume várias funções e é reconhecido entre aqueles que apreciam suas ações pelo nome usado naquelas circunstancias. João é chamado carinhosamente de “filho” por seus pais e atende à este nome; entre seus amigos é chamado de “camarada”; quando está em seu trabalho ministrando aulas ele é chamado atenciosamente de “professor” pelos seus alunos e quando chega em casa sua esposa o beija e diz: “meu amor”.

 

Entender a função dos nomes que recebemos sob determinadas circunstancias da vida demonstra a capacidade do ser humano em adaptar-se àqueles momentos e locais e, conseqüentemente, a sua aptidão em cumprir aquilo que é esperado dele. Qual é o homem que não se colocaria em prontidão diante da voz de sua filha gritando “Pai !” ? Qual seria o bombeiro em serviço que não voltaria sua atenção à um chamado de socorro ?

 

O nome espiritual que recebemos em nossa iniciação também demonstra uma vocação e uma função e a nossa interação com este nome demonstra o quanto estamos adaptados e aptos à cumprir a função de executar o Dharma. Atender por este nome demonstra reconhecer o chamado espiritual que evoca a nossa Força de agir e a nossa Shakti pessoal.

 

O uso do nome espiritual revela mais sobre aquele que fala (age) do que sobre aquele que responde (contempla e reage). O uso do nome civil (publico) em ambiente espiritual nos remete à vida que deixamos (ou deveríamos ter deixado) lá fora. Aquela vida de preocupações, anseios e limitações.

 

Em nossas Sadhanas ou interagindo com os colegas de jornada espiritual a nossa perspectiva deve ser a de alguém alinhado com a Divindade e suas manifestações, canalizador de Força Espiritual e agente atuante que constrói o seu destino. A Sadhana e o Kula (família espiritual) devem ser o nosso ponto de (re)carregar nossas baterias para que possamos voltar renovados as batalhas do mundo. Que descanso e fôlego encontraremos se trouxermos para dentro de nosso momento e espaço de comunhão com a Divindade aqueles aspectos (e nomes) que deveríamos ter deixado lá fora ?

 

É bastante simples e fácil compreender as diferentes ações destinadas à diferentes momentos ou espaços do plano físico. Ninguém cozinha no banheiro ou faz suas necessidades no meio da cozinha. Entretanto a compreensão daquilo que não é perceptivelmente visto ou palpável exige um pouco mais de nossa atenção, sensibilidade e disciplina. Características estas que ajudam o homem ou a mulher à tornarem-se verdadeiros Sadhakas (masc.) ou Sadhikas (fem.), ou seja, aqueles que são eficientes na realização de seus anseios espirituais.