domingo, 1 de agosto de 2021

Śhakti Vipat

Namaste,

 

Por favor observem um ponto que o Sādhaka avançado deve sempre atentar: sob a perspectiva da ciência ritualística a oferenda especial (Viśheṣha) é algo superior ou além da oferenda comum (Sāmānya) porém ela não deve ser apresentada por si só - sāmānyāt evam viśeṣaḥ, ou seja, algo só pode ser considerado “especial” diante de algo considerado “comum”.

 

Na ausência do “comum” aquilo que seria “especial” torna-se, ele próprio, comum. O “algo comum” (Sāmānya) é o alicerce (Aṅga) que sustenta aquilo que é especial.

 

O hábito de ignorar este aspecto e reduzir o especial à algo comum leva à “quebra” de Śhakti (Śhakti Vipat) devido à inversão estrutural e pode tornar-se a causa da queda de muitos adeptos deslumbrados por constantes “novidades”.

 

A separação das disciplinas espirituais e Pūjās em Nitya Karma (ação cotidiana) e Naimittika Karma (ações ocasionais) está baseada no conceito de Sāmānya/Viśheṣha e visa evitar Śhakti Vipat, ou seja, a quebra de Śhakti. Cada festival ocasional (Utsava) tem suas próprias peculiaridades e seu próprio momento.

 

A Sādhana cotidiana (Nitya Karma) deve ser mantida o mais simples possível. O "algo à mais" pode ser acrescentado quando oportuno mas não deve tornar-se rotina se não houver absoluta certeza da capacidade em mantê-lo.

 

Essa dinâmica de Śhakti, ou seja, essa variação de freqüências energéticas, é um dos motivos pelos quais o Guru deve ser sempre consultado diante de duvidas quanto à procedimentos ou práticas especificas.