terça-feira, 12 de junho de 2012
Dias especiais de Adoração para os Kaulikas
domingo, 10 de junho de 2012
Mantra Siddhi & Purashcharana
Mantra Siddhi & Purashcharana
A iniciação em um Mantra e conseqüente tomada de abrigo espiritual numa tradição ou linhagem que preservou aquele Mantra não é a conclusão de um processo ou de uma busca. Na verdade, para o Sadhaka dedicado, inicia-se ali uma nova etapa na jornada espiritual – a conquista da plena aplicabilidade do Mantra que, em Sânscrito, é chamada de “Mantra Siddhi”.
Cada Mantra possui sua própria energia intrínseca definida como: (a) Mantra Chaitanya, ou seja, pela consciência ou Bhavana (humor) que habita o Mantra; (b) Mantra Shakti, a disciplina e força espiritual com a qual os membros daquela tradição o preservaram. Entre outros aspectos relevantes. A acumulação de méritos espirituais (Punya), o aprofundamento na Sadhana e a conseqüente conquista da capacidade de aplicação efetiva de um Mantra é o que é geralmente chamado de Mantra Siddhi (o sucesso em obter os benefícios de um Mantra).
Com um exemplo simples talvez a idéia fique um pouco mais clara, digamos que o Sadhaka deseje obter Mantra Siddhi de um Mantra associado à saúde. Ele deverá recitar o Mantra pelo numero mínimo determinado na iniciação e realizar determinados procedimentos de forma à conseguir projetar efetivamente a energia do Mantra (Mantra Shakti). Uma vez isso feito e o Mantra torna-se um poderoso instrumento no processo de cura de um doente ou de bênçãos à uma pessoa comum para que ela tenha uma saúde robusta.
O método para obter a plena eficácia no uso de um Mantra é chamado de Purashcharana e as escrituras Tântricas apresentam com clareza os procedimentos necessários para ter sucesso nesta iniciativa. Ilustraremos o processo através de uma escritura da escola Tântrica do Shri Vidya chamada “Mantra MahoDadhi”. Na ausência de orientações preservadas numa linhagem ininterrupta muitos interessados seguem apenas o que é descrito ali. Lembremos que relevantes escolas Tântricas desapareceram, foram extintas, e o que restou foi apenas o conhecimento deixado nos livros sem a transmissão efetiva dos Mantras de boca à ouvido feita presencialmente nos processos de iniciação.
No primeiro Taranga (capitulo) daquele texto as cinco etapas do processo de Purashcharana são descritas: 1. Japa – recitação do Mantra; 2. Homa – oblações numa cerimônia de fogo; 3. Tarpana – oblações de água; 4. Abhisheka – banho ritual e 5. Bhojana – preparo de refeição. Estes cinco procedimentos devidamente realizados trazem as energias de um Mantra para um plano mais próximo do plano físico e assim permitem que resultados mais palpáveis sejam obtidos. Há uma proporção exata à ser seguida. Para cada dez mil recitações de um Mantra são realizadas mil oblações numa cerimônia de fogo. Cem oblações de água são feitas, dez Kalashas para Abhisheka são instaladas e uma refeição é servida.
Há nos Tantras alternativas para o processo de Purashcharana conforme as peculiaridades de cada linhagem espiritual, ou seja, de cada uma das cinco tradições chamadas de Anmayas. Cada uma destas tradições, destes Anmayas, está relacionado à uma das faces do Senhor Shiva, portanto há apenas cinco Anmays. Um iniciado bem preparado pode identificar com clareza a tradição ou a referencia escritural usada num rito apenas ao observá-lo ou identificar seus Mantras e procedimentos. Por exemplo, o verso 8 do capitulo 15 do Kularnava Tantra substitui o Abhisheka geralmente sugerido em outras escrituras pela Puja nos três momentos auspiciosos do dia – Nascer do Sol, Meio-dia e Por do Sol. Esta substituição é condizente com o estilo de vida de muitos Tântricos na antiguidade – eram homens e mulheres itinerantes que viviam em permanente translado entre os locais sagrados, os Tirthas. Portanto não possuíam Murtis ou nem mesmo Kalashas para realizar Abhishekas. Observemos a citação desta escritura:
पूजा त्रैकालिकी नित्यं जपस्तर्पणमेव च।
होमो ब्राह्मणभुक्तिश्च पुरश्चरणमुच्यते॥ ८॥
pūjā traikālikī nityaṁ japastarpaṇameva ca |
homo brāhmaṇabhuktiśca puraścaraṇamucyate || 8 ||
“A Puja feita nos três horários determinados, a recitação diária, as oblações de Tarpana, a cerimônia de fogo e a satisfação de Brahmanes são as etapas do Purashcharana.“
Na foto ilustrativa: Kapalika Bhairavananda Sarasvati, o Kaula Guru de Rudrananda Sarasvati, em cerimonia de fogo.
domingo, 3 de junho de 2012
Tantrika SandhyaVandanam
Toda transição (Sandhya) é um momento importante na natureza. É neste momento que nos preparamos para as influencias vindouras. Na tradicional medicina Indiana, o Ayurveda, várias práticas são indicadas nas transições entre as estações do ano. Estes procedimentos visam manter o equilibrio dos biotipos (Doshas) no corpo humano.
Os Tantras admitem três frequencias básicas na natureza, estas "frequencias" são chamadas "Gunas". Os Gunas são: Rajas - a tendencia ao movimento, à inovação; Sattvas - a tendencia à harmonia e a perenidade; e Tamas - a tendencia à inércia e à decadencia. Estas frequencias podem ser identificadas com mais facilidade pela mente humana ao se observar os três momentos do movimento aparente do Sol nos céus. Rajas ao nascer-do- Sol, Sattvas ao meio-dia e Tamas ao por-do-Sol.
ॐ गङ्गे च जमुने चैव गोदावरि सरस्वति ।
नर्मदे सिन्धु कावेरि जलेऽस्मिन् सन्निन्धिं कुरु ॥
om gaṅge ca jamune caiva godāvari sarasvati |
narmade sindhu kāveri jale'smin sannindhiṁ kuru ||
Ganesha