segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Equivocos e Obstáculos na busca pela Divindade

(Na foto) Sacerdote protestante abençoa celular para que o crente fale direto com o deus.
  


               A decisão de estudar as escrituras (Shastras) e de se aprofundar no Dharma é muito positiva, porém devemos estar atentos a certas inconsistências de raciocínio que podem se transformar em obstáculos a compreensão do processo iniciático e a aproximação à Divindade.

               Essas inconsistências são constantemente repetidas e divulgadas de todas as formas e a contaminação do povo de mentalidade mais simples por conceitos equivocados acaba por influenciar toda a sociedade onde a propaganda proselitista é feita.

               Certas compreensões equivocadas e os obstáculos dai decorrentes se tornaram comuns no Ocidente e muitas vezes nem sequer percebemos o quão perniciosas elas são. Separamos as sete principais para que possamos sintonizar as nossas mentes com a Divindade e amadurecer em nossa devoção e disciplinas espirituais (Sadhanas). São eles:

  1. Interpretação não-fundamentada das escrituras (Sola Scriptura)
  2. Adoração Insípida
  3. Não reconhecimento das hierarquias Divinas
  4. Crença na benção invisível
  5. Crença na conversão e sacerdócio instantâneos
  6. Crença na doutrina da leviandade Divina
  7. Ignorância da Diversidade


               Oque é o obstáculo n. 1 ? (Interpretação não-fundamentada das escrituras)
O primeiro obstáculo pode ser entendido como a raiz dos demais males que podem tornar nosso estudo infrutífero. Ele se baseia numa idéia semelhante a fantasia de que a simples leitura de um site ou livro de engenharia ou de medicina poderia nos tornar engenheiros ou médicos. A deficiência deste raciocínio está em não perceber que há muito mais coisas envolvidas no cotidiano de um engenheiro, de um médico ou de um devoto ou sacerdote do que aquilo que poderia ser descrito em livros. A crença sem conhecimento (Jñana) e sem ação (Kriya) que comprove seus frutos (KarmaPhala) pode se tornar um instrumento de auto-ilusão.

Como evitá-lo ? As deficiências internas que devemos superar para não cair neste erro são a soberba e a preguiça. A primeira gera a crença de que a nossa limitada experiência de vida seria suficiente para entender todo o Universo e que não há nada a ser aprendido fora do nosso cotidiano e a segunda nos limita em nossa capacidade de pesquisar e nos aprofundar.

Quais seriam as alternativas ? Buscar a companhia de pessoas que se dedicam ao mesmo alvo de nossos estudos, ou seja, entrar em Satsanga. Da mesma forma que companhia de outros médicos auxilia o estudante de medicina a aprender o que a experiência dos mais velhos tem a ensinar.



               O que é o obstáculo n. 2 ? (Adoração Insípida)
O homem que busca resultados – age ! Esta ação usa os instrumentos necessários para que seja eficaz. Na comunhão com a Divindade há instrumentos que nos são muito propícios pois sintonizam nossas mentes com os mais altos ideais. O incenso, as frutas, flores e todo o aparato litúrgico reafirmam o caráter especial do momento de adoração. 
O segundo obstáculo é de ordem prática, ele surge devido a avareza e a preguiça na hora das práticas espirituais, sustentados pela fantasia de que a Divindade não interagiria com os fenômenos naturais e que Ela poderia ser facilmente enganada através do simples bla-bla-bla e discursos vazios.

Como evita-lo ? A falta de dedicação e de carinho e a idéia de que a Divindade seja algo supérfluo em nossas vidas faz com que não se valorize o local e o momento de estar em comunhão. Superar a avareza é o primeiro passo para não cair no erro da adoração insípida. A preguiça em tornar cada momento de nossas vidas um momento especial também deve ser superada. Como chamar um espaço de “altar” se este espaço está vazio ?

Quais seriam as alternativas ? A percepção da beleza e harmonia do mundo à nossa volta surge quando nos esforçamos em torná-lo um lugar melhor. O esforço de trazer belas frutas ao local de adoração, a queima de suave incenso e a visão do brilho das lamparinas tornam o nosso local de oração um lugar mais auspicioso e a percepção da presença da Divindade surge naturalmente ali.



               O que é o obstáculo n. 3 ? (Não reconhecimento das hierarquias divinas)
O terceiro obstáculo é a crença de que a Divindade interviria diretamente no mundo fisico, sem o uso das leis da natureza e sem intermediários. A idéia é semelhante a de uma criança que vê uma alimento na prateleira do supermercado e acredita que “ele nasceu ali”. Esta superficialidade de raciocínio ignora que há pessoas e processos envolvidos até que um resultado final seja visível. O que é feito no mundo é feito através do homem que é cidadão deste mundo, da mesma forma que os cidadãos de outras esferas da existência atuam em suas respectivas moradas.

Como evitá-lo ? A soberba em considerar a si-mesmo como o centro do Universo e o único com o qual a Divindade deveria se relacionar é a fraqueza que leva a este obstáculo. No plano social e humano essa fraqueza dá origem ao ciúme e a luxuria desmedida.

Quais são as alternativas ? Aquele que está vivo ....... interage. Os Deuses vivos interagem com suas hierarquias Divinas. Interagem com o meio e com seus semelhantes. A superação desta alienação, deste “autismo espiritual” onde as hierarquias Divinas são ignoradas é feita através do carinho e reconhecimento dos seres sutis que habitam o Universo conosco.



               O que é o obstáculo n. 4 ? (Crença na benção invisível)
Este obstáculo surge quando os resultados desejados não são alcançados após seguir a perspectiva equivocada baseada nos erros 1, 2 e 3. Diante do evidente fracasso e longa miséria mesmo após adorar o “deus de toda a prosperidade”, o crente atormentado não encontra outra saída à não ser mentir para si-mesmo. Há uma ruptura na percepção da realidade e surge então a fantasia de que, apesar da miséria, doença e da dor o crente seria “verdadeiramente abençoado”... A fé, pura e simples, não é garantia de eficácia. O bom remédio é aquele que cura e não aquele no qual se acredita cegamente.

Como evitá-lo ? A falta de compreensão do mundo à sua volta e de suas regras leva o crente à odiá-lo e qualifica-lo como “o inimigo”. Cria-se então a fantasia de que supostamente existiriam as “coisas do deus” e “as coisas do homem”. O ignorante não consegue perceber que o homem é o operário da Divindade sobre a Terra e o único capaz de, efetivamente, torná-la um lugar melhor. O ódio as regras Divinas e sociais e a inveja daqueles que são bem sucedidos levam a crença na “benção invisível” como uma ultima tentativa de se sentir especial e superior.

Quais são as alternativas ? Aquele que ama a Divindade e tenta compreende-la deve estar atento também para compreender o mundo a sua volta. Uma eventual auto-ilusão pode ser um terrível obstáculo e é importante manter-se lúcido e com bom senso em nossas buscas espirituais. A benção verdadeira está em cada uma de nossas ações e sair do Templo ou de uma Puja carregando as deliciosas frutas e belas flores (Prasada) que foram levadas para tornar aquele momento especial já é uma clara materialização das opulências da Divindade.



               O que é o obstáculo n. 5 ? (Crença na conversão e sacerdócio instantâneos)
A dificuldade em assumir responsabilidades pode levar algumas pessoas a acreditar que a simples votação em um presidente ou escolha de um “salvador” seria suficiente para acabar com todos os seus problemas. A crença de uma eventual salvação instantânea ou sacerdócio instantâneo se assemelha ao raciocínio do preparo de um copo de pó de refresco – tudo é muito rápido e imediato e nada é necessário além da vontade ..... e um pouco de água. ;) Sob esta perspectiva o assassino ou o estuprador pode tornar-se sacerdote logo após afirmar–se como tal, da mesma forma que uma criança se imagina o capitão do navio logo após colocar um chapeuzinho de marinheiro.

Como evitá-lo ? O desprezo pelo desenvolvimento de habilidades e o sentimento de superioridade levam à precipitação em afirmar-se algo que ainda não é. O amor próprio e o sincero desejo de progredir e melhorar como pessoa e como cidadão são sentimentos que evitam que essa crença equivocada se firme em nossas mentes.

Quais são as alternativas ? Há muitas maneiras de auto-realização e cada pessoa terá aquela que lhe tocará o coração de forma especial. Alguns se realizarão na harmonia com suas famílias, outros no sucesso profissional, há aqueles que buscam a manifestação daquilo que é belo e outros que buscam unir-se a Divindade. Todas essas maneiras são esforços válidos.



                O que é o obstáculo n. 6 ? (Crença na doutrina da leviandade Divina)
A dificuldade em entender a importância das leis naturais, como por exemplo a lei da gravidade e outras, e o papel de certas forças que existem desde o inicio do Universo levam a crer que as leis da Física ou da Biologia poderiam ser suspensas para atender aos caprichos do crente. Surge aqui a fantasia do “milagre”, algo sobrenatural que aconteceria somente para engrandecer o ego do suposto beneficiado. Na verdade essa crença é apenas afirmar uma infantil leviandade Divina, a idéia de que o deus seria algo como um menino emocionalmente imaturo que faria qualquer coisa por um pouco de bajulação.

Como evita-lo ? Ceder aos nossos caprichos e leviandade pessoais pode levar a idéia de que todo o mundo funcionaria da mesma forma – sem clareza, sem um alicerce firme, sem estabilidade. Um passo importante para levar a Divindade à sério é levar as nossas próprias vidas à sério. O homem que é firme em suas palavras não cairia no erro de imaginar um deus carente e afetado sujeito a todo tipo de enrolação.

Quais são as alternativas ? Ter paz de espírito nos traz a compreensão de que todos os fenômenos à nossa volta estão alicerçados na Divindade e que mesmo os fatos que ainda não conseguimos compreender em detalhes foram causados por leis Divinas sobre as quais ainda não refletimos. A precipitação de gritar “milagre” à cada panela de arroz que não queima ou a cada prestação paga do carro novo soa como um deboche diante das imensas opulências da Divindade que é muito maior do que isto tudo.



               Oque é o obstáculo n. 7 ? (Ignorância da Diversidade)
Homens diferentes possuem temperamentos (Bhava) e aptidões (Varna) diferentes. Isso é natural e é o que cria harmonia e bem estar á todas as sociedades. Imagine uma sociedade onde todos fossem padeiros ? Ninguém prosperaria. Um mesmo homem pode levar um estilo de vida (um Ashrama) diferente de acordo com o momento de sua existencia – ele pode ser um estudante dependente dos pais ou de outros (Brahmachari), o responsável por uma casa ou família (Grhasta) ou um celibatário (Samnyasi). Não há uma única luz que ilumine nossos corações, assim como não há um único caminho. A Verdade (Satya) se encontra no coração de cada um de nós e é revelada pela Sadhana, pelas disciplinas espirituais.

Como evitá-lo ? Observar a imensa variedade de maneiras de buscar o que é Divino. Os muitos nomes pelos quais a Divindade se manifesta. A riqueza dos diferentes pratos que são oferecidos nos altares e as muitas possibilidades de recitação das escrituras nos amadurecerá em nossa própria busca que é motivada de uma maneira é individual e única. Quando há o respeito por si mesmo surge o respeito pelo outro. Quando entendemos a nossa própria força não há porque temer a força do outro.

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Como montar um Altar ?





O que é necessário para montar um altar?

Primeiramente vamos considerar o altar em si, ele pode ser desde uma plataforma de madeira de 50cm de largura e 50cm de comprimento tendo 12cm de altura ou ainda uma prateleira de aproximadamente 20cm por 50cm que deverá estar à altura do peito da pessoa sentada no chão. O importante é que ele esteja ao alcance das mãos para fazer os procedimentos necessários. Ele deve ficar na parede Norte ou Leste do cômodo.

As representações mais comuns da Deidade podem ser um pôster, uma Murti (pequena estatueta) ou um Yantra (desenho geométrico feito numa placa de metal). A Deidade principal (Ishta Devata) tem destaque sendo geralmente a maior e em posição central. As demais são arranjadas em torno desta. Sobre esta plataforma ficam apenas as Deidades. Os demais itens podem ser colocados sobre um tapete em frente ao altar.

Os artigos fixos de altar, ou seja, aqueles diretamente usados nos rituais são: uma ou duas pequenas bases de granito negro ou mármore(15cm X 15cm), um vasilhame de metal (cobre) com capacidade de aproximadamente 100ml, uma pequena colher (como as de café), pequenos tachos ou pires de metal (preferência pelo cobre), um JapaMala (rosário de 108 contas), um sino, uma lamparina de óleo (ou, na ausência, um castiçal médio) e um incensório.


Sobre o uso de cada um dos itens:

Bases de granito – para desenhar os Yantras que servem de alicerce para os vasilhames rituais. Este procedimento extremamente simbólico é chamado de Samanyarghya”. Estes Yantras são desenhados com pasta de sândalo, Kumkuma ou apenas agua, caso os outros itens não estejam disponíveis.


Vasilhame de metal - para estabelecer o “Samanyarghya” (as águas gerais) que serão usadas no rito. Nele serão colocados alguns grãos de arroz, um pouco de pasta de sândalo e de Kumkuma e cânfora. Normalmente os Tantricos usam o Kosha (vide foto).    
 


Colher – para despejar as oferendas liquidas dentro dos tachos ou pires dedicados à Deidade.
Tachos ou Pires de metal – para receber as flores ou grãos de arroz que são usados nas Pujas comuns do dia-a-dia, a água das oferendas liquidas também é despejada aqui.

Japamala – é o rosário Indiano com 108 contas usado para recitar Mantras.


Sino (Ghanta) – usado no Arati, é uma das grandes armas da Deusa. Representa o Mantra “Hum” que absorbe todas as coisas, garante defesa e proteção espiritual.

Lamparina ou castiçal – para acender uma luz no início dos ritos, esta é apagada (sem assoprar!) ao final e será reacesa na próxima Puja.

Incensório – para a oferta de incenso sempre que necessário, um no inicio do rito e outros para cada Deidade especifica.

Os artigos opcionais, de apoio, ou seja, aqueles que ficam próximos ao altar para facilitar o andamento das cerimônias: uma jarra (preferência de metal) com capacidade de uns 600ml, vasilhames com tampa, tapete (+/- 80cm X 40cm), pequeno vasilhame de cobre (+/- 60ml), bandejas.

Jarra – é usada para trazer a água necessária ao altar, nenhum outro objeto ritualístico deve ser preenchido diretamente da torneira.

Vasilhames com tampa – um para manter os grãos de arroz (Akshata) que podem substituir qualquer outra oferenda durante uma Puja; dois outros, um para a pasta de sândalo e outro para Kumkuma. A auspiciosa pasta de sândalo é feita umedecendo-se o pó de sândalo até obter uma consistência adequada, o mesmo é feito com o pó de Kumkuma (pó vermelho).

Vasilhame de cobre – este pequenino vasilhame é usado para “Achamanyam” – a purificação da fala do sacerdote. Não deve ser usado para nenhum outro fim. (Vide foto)


Bandejas – serão usadas sempre que conveniente para que os artigos usados nas Pujas não entrem em contato direto com o chão.

Tapete – é usado para estabelecer o Asana, ou seja, o espaço onde o adorador ficará sentado durante o ritual. Este tapete é colocado sobre um Yantra desenhado com sândalo ou Kumkuma.






Uma sugestão muito importante para aqueles que moram em apartamentos ou em grandes cidades: manter um vasilhame com tampa na direção nordeste do altar (este é o Nirmala Patra) para despejar os restos do que foi usado numa Puja como os grãos de arroz que foram oferecidos no pires, cinza e varetas de incenso, restos de flores etc... O conteúdo deste vasilhame deve ser periodicamente esvaziado ao pé de uma arvore frondosa ou ainda (por ser totalmente biodegradável) numa correnteza ou no mar. Observe porém que as frutas e outros artigos comestíveis que foram oferecidos não irão para o Nirmala Patra, estes artigos são “Prasada” e devem ser partilhados ao final de cada cerimônia.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Datas Auspiciosas de Janeiro de 2018

Aspectos Gerais:


Os Adityas responsáveis por esta estação, Grishma (Verão), são:
Aryaman – que representa a honra e o bom caráter, ou seja, os nobres valores entre os homens. Num sentido geral ele personifica as regras do bom comportamento social que tornam a convivência saudável; e
Daksha – que representa a sensibilidade para lidar com os Deuses, ou seja, a aptidão ritual. Num sentido geral é a capacidade de se relacionar de forma harmônica com imensas forças da natureza que podem interagir com o homem.

Sob esta regência o momento é propicio para aprimorarmos nossas capacidades de comunicação e fazermos uma reflexão sobre os valores que motivam nossas ações.

Durante o periodo Védico os Adityas são a personificação dos conceitos morais e éticos, nascidos da Grande Deusa Aditi. Eles são 12 ao todo, sempre em pares, um rege a inter-relação entre os homens e o outro rege a relação entre os homens e as formas da Divindade. Eles nos sugerem as virtudes que deveríamos cultivar no período. Num periodo tardio estes adityas passaram à ser identificados como formas do Deus Sol, Surya Deva.

Duvidas ? entre em contato com o Rudra - rudrananda@kaulatantra.org



Para o seu bem-estar e prosperidade:



विष्णुः शिवोगणेशोर्कोदुर्गा पञ्चैवदेवताः  ।
आराध्याः सिद्धिकामेन तत्तन्मन्त्रैर्यथो दितम्  ॥ १०२  ॥
viṣṇuḥ śivogaṇeśorkodurgā pañcaivadevatāḥ   |
ārādhyāḥ siddhikāmena tattanmantrairyatho ditam   || 102   ||
“ O Senhor Vishnu, Shiva, Ganesha, Surya Deva e a Deusa são as cinco Deidades que, quando propiciadas através dos Mantras, garantem a realização de todos os desejos. “
Mantra MahoDadhi, capitulo I, verso 102

Existem dias que são especiais para a realização de disciplinas espirituais pois neles acontecem momentos astrológicos específicos que aumentam os méritos (Punya) adquiridos pelas ações executadas. As ações de gratidão (Puja, Homa e outras) podem ser feitas nestes dias para obter um resultado ainda mais favorável.

Os devotos que desejam progredir em suas atividades profissionais, familiares e pessoais devem agradecer através da meditação e das ofertas de gratidão (Dravyas). Para aqueles que não possuem interesses com as coisas do mundo, ex. celibatários e monges, o agradecimento pode ser feito apenas recitando os Mantras mentalmente.

Há cinco dias muito auspiciosos para a celebração do dom da vida (Yajña). Seguem abaixo as datas de Yajña, o ideal de perfeição à ser atingido (Devata) em cada uma dessas datas, as palavras de poder (Mantra) e a oferta de gratidão (Dravya). .  

Chaturthi, dia 20 – Dia de remover os obstáculos que para garantir o sucesso em todos os empreendimentos. Mantra: ॐ गणेशाय नमः  “Om Gaṇeśāya Namaḥ  recitado 108 vezes. Dravya: doces, sucos, frutas, flores vermelhas.

Saptami, dia 23 – Dia de agradecer pela boa saúde, boa reputação e harmonia. Mantra: ॐ सूर्यदेवाय नमः  “Om Sūryadevāya Namaḥ”  recitado 108 vezes.
Dravya: grãos de arroz, agua fresca, flores vermelhas.

Ashtami, dia 24 – Dia de se fortalecer pra obter alegrias na vida e a Liberação Espiritual (Moksha). Mantra: ॐ काल्यै नमः  “Om Kālyai Namaḥ” recitado 108 vezes.
Dravyas: lamparina de cânfora, agua perfumada com cânfora, flores vermelhas (Hibisco).

Ekadashi, dia 27  – Dia de lembrar os mais altos ideais: o Yajña e as austeridades espirituais. Mantra: ॐ विष्णवे नमः  “Om Viṣṇave Namaḥ” recitado 108 vezes. Dravya: folhas de Tulasi (um tipo de manjericão), leite, flores amarelas.

Chaturdashi, dia 30 – Dia de meditar como um benéfico observador de todas as ações. Mantra: ॐ नमः शिवाय  “Om Namaḥ Śivāya” recitado 108 vezes.
Dravya: leite, iogurte natural, folhas de Bilva (Aegle Marmelos), flores brancas.



Para a sua Saúde:


Os três biotipos reconhecidos pelo Ayurveda são Kapha, Pitta e Vata e cada pessoa apresenta uma particular distribuição destes três. Á cada período do ano, de acordo com as mudanças de temperatura, umidade, exposição a luz solar etc ... estes Doshas podem acumular-se, agravar-se ou aliviar-se. Para manter o equilíbrio são recomendados alimentos apropriados e práticas espirituais especificas. Neste mês os Doshas da Medicina Ayurvédica sofrem a seguinte influencia:

Vata: Acumula-se mas ainda não é necessário ter cuidados especiais para evitar um possível agravamento deste Dosha.
Pitta: mantém-se estável.
Kapha: Alivia-se e pode desfrutar do aumento de energia e disposição promovido por esta estação.

Para identificar seu biótipo procure um terapeuta Ayurvédico de sua confiança.



Para as Sadhanas e práticas inicáticas:


Para os Sadhakas iniciados as escrituras Tantricas dão uma lista de ocasiões auspiciosas para suas disciplinas espirituais.

कृष्णाष्टमीचतुर्द्दश्यावमावास्याथ पूर्णीमा।
संक्रान्तिः पञ्च पर्वाणि तेषु पुण्यदिनेषु च॥ ८॥
kṛṣṇāṣṭamīcaturddaśyāvamāvāsyātha pūrṇīmā |
saṁkrāntiḥ pañca parvāṇi teṣu puṇyadineṣu ca || 8 ||

“ O oitavo, o décimo-quarto e o Amavasya da quinzena escura, a lua cheia, e o dia de transição do Sol entre os signos são as cinco ocasiões auspiciosas para adoração. "
Kularnava Tantra, capítulo X verso VIII.

Em Janeiro de 2018, conforme a Astrologia Védica, estes dias auspiciosos serão:

dias 01 e 30 - Purnima (Lua cheia);
dia 08 – Ashtami (oitavo dia da quinzena escura);
dia 14 – Sankranti (Sol entra no signo de Capricórnio / Makara);
dia 14 – Chaturdashi (décimo-quarto dia da quinzena escura);
dia 15 – Amavasya (“Lua Negra”, a noite mais escura do mês lunar);



Para o Sankalpa, a identificação do local e momento de cada ação:



Mês Védico
O mês Védico é usado para estabelecer a data correta de ritos e práticas espirituais. Ele se inicia logo após a Lua Nova e termina na Lua Nova seguinte. Ele é dividido em duas quinzenas: a quinzena clara (Shukla Paksha) que vai da Lua Nova até a Lua Cheia e a quinzena escura (Krishna Paksha) que vai da Lua cheia até a Lua Nova seguinte.

Mêses Védicos: Pushya - do dia 01 até o dia 16. Magha – à partir do dia 17 até o fim do mês.

Ano Védico
O ano Védico (Samvatsara) tem sido contato por dois eventos principais: ou o momento no qual o Senhor Krishna deixou seu corpo em 18 de Fevereiro de 3102 a.c.(data correspondente no calendário ocidental contemporaneo), ou seja, o inicio da Era de Ferro (Kali Yuga) ou a vitória na guerra contra os inimigos do Dharma durante o reinado do rei Vikram Aditya que viveu de 102 a.c. até 15 d.c.

Ano 5119 do Kali Yuga.
Ano 2074 de Vikram Mitra.