Namaste, ou seja, olá. Gostaria de brindá-los com uma tradução literal de um interessante verso da Bhagavad Gita assim como com dois comentários baseados na perspectiva dos Tantras. O primeiro comentário (Tantrika Dipika - Elucidação conforme os Tantras) nos remete a importância da correta ação (Yajña) e, portanto, reafirma o caminho à Divindade através da realização de disciplinas espirituais (Sadhanas). O segundo comentário (Shmashana Bhasha - Conversa de Campo Crematório) é uma prática comum entre os Tantrikos onde conceitos Metafísicos e Teológicos são comentados de maneira jocosa e um tanto debochada DENTRO DE UMA CIRCUNSTANCIA UNICA que acontece durante um rito. Um brinde ! Jaya Maa !
Bhagavad
Gita Capitulo IX, Verso 26
पत्रं पुष्पं फलं तोयं
यो मे भक्त्या
प्रयच्छति।
तदहं भक्त्युपहृतमश्नामि प्रयतात्मनः।।
“ Aquele
que, através da devoção, me solicita com um folha, uma flor, uma fruta ou agua,
Eu aceito efetivamente, (por estar) encantado pela devoção. “
Tradução
palavra por palavra:
पत्रम् uma folha; पुष्पम् uma flor; फलम्
uma fruta; तोयम् água; यः aquele (que); मे à
Mim; भक्त्या através de devoção; प्रयच्छति solicita, pede, busca; तत् aquilo (que é pedido); अहम् Eu; भक्त्युपहृतम् encantado, seduzido pela
devoção; अश्नामि como, ingiro, aceito; प्रयतात्मन: com espirito efetivo, determinado, efetivamente..
Comentário (Tantrika Dipika):
Neste verso o Senhor Krishna informa que até os
menores itens e os mais simples artigos são efetivamente aceitos pela Divindade
quando são oferecidas com devoção. Este oferecimento é essencial ao Dharma e é
chamado de “Yajña”. Para realizá-lo deve haver: Devata – um ideal à ser
atingido, Dravya – um item, algo para ser oferecido, sacrificado, e Mantra – um
entendimento racional, expresso por palavras, daquilo que está sendo feito. O
Yajña é, portanto, a celebração do dom da vida (através do Devata), do dom da
compreensão (através do Mantra) e do dom da opulência (através dos Dravyas). Realizar
Yajñas é dever de todo aquele que compreende o Dharma e vive abençoado por ele.
Comentário (Shmashana Bhasha, Kkkkkkk)
Deus não é um “Super Silvio Santos” que sai por
aí distribuindo carros do ano e casa própria para aqueles que lhe dão alguma
audiência. Essa é uma visão muito mesquinha da Divindade. Nem tampouco afirma o
Senhor Krishna que a Divindade deve ser adorada por blá-blá-blá e conversa
fiada. Não é sugerido que os ritos e a correta ação sejam abandonados nem
quaisquer outras doutrinas obscuras que seriam adequadas apenas á almas
preguiçosas. A correta ação baseada na devoção é o caminho sugerido. De que
adiantaria o blá-blá-blá da jovem mãe se ela não amamentasse o seu bebê ? De
que adiantaria as juras de amor de um homem apaixonado se ele não agradasse sua
bela amada ? O culto das palavras vazias, tão comum nas nossas TVs, é o culto do Marketing e do faz-de-conta e
seus sacerdotes são apenas palhaços afetados fingindo devoção em seus
templos-picadeiros.
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