Qual é a justificativa teológica da adoração à Mãe Divina ?
(Tema do capitulo IV do MahaNirvana Tantra desenvolvido numa perspectiva de estudo comparativo das religiões)
A Divindade, ou seja, a Verdade (Sat/सत्), conforme a percepção humana, manifesta-se nos Universos através de dois aspectos: "o Poder" (Chit/चित्) e "a Graça" (Ananda/आनन्द). Este aspecto do "Poder e Graça" também está presente nos descrições místicas de outras tradiçãos. A Cabala, por exemplo, o atribui as esferas de Geburah e Chesed respectivamente. Já o Candomblé Brasileiro o atribui aos dois extremos do Xirê (Dança Circular dos OIrixás) - Exu, domo de todo o Axé (Shakti/शक्ति) e Oxalá (Ananda/आनन्द). No Cristianismo utiliza-se o termo "Poder e Graça".
Este Sat-Chit-Ananda (Verdade, Consciência e Bem Aventurança) distribui-se a todos os seres através da mediação da Mãe Divina (Adya Kali/अद्या काली) e das demais hierarquias divinas também conhecidas como arcanjos e coros angélicos (Bhutas/भूत e Ganas/गण). Toda tradição espiritual legitima reconhece a atuação e importancia dos seres pertencentes à hierarquia divina, apenas as crendices mais recentes, surgidas à partir de outubro de 1517 desconsideram ou até mesmo abominam a interação com or seres e as obras oriundos da Divindade.
Atentem que estabelece-se então uma identidade entre a Consciência (Chit/चित्) e o Poder (Shakti/शक्ति) ..... Vem então à mente o que meu Guru costuma comentar: "Adorar é prestar atenção". Para aonde quer que direcionemos o fluxo de nossa atenção, ou seja, de nossa consciência, para lá direcionaremos também um poder de realização.
Jaya Maa !
Nenhum comentário:
Postar um comentário