Talvez vocês
já conheçam o “cidadão” da fotografia .... mas não o conhecem pelo seu nome
Indiano. Sim, é um pé de moleque. Naquele País mantém-se ainda o costume de
preparar este e outros doces em casa, junto à família.
A Índia e o
Brasil partilham um clima semelhante e muitos alimentos disponíveis por lá também
estão disponíveis por aqui e, aos poucos, estão sendo (re)descobertos. Temos exemplos
no Açafrão da terra (Haridram), no Tribulus Terrestris (Gokshura) e no Pulao
que é um tipo de arroz à Grega .... só que Indiano.
Como já
sabemos, numa Puja o alimento (Naivedyam) é um dos cinco itens essenciais. Os
demais são o óleo essencial (Gandha), as flores (Pushpa), o incenso (Dhupa) e a
lamparina (Dipa). A opção mais simples é a oferta de frutas porém os Sadhakas e
devotos que conhecem as injunções para o preparo de alimento à ser servido no
altar se beneficiarão muitíssimo ao incluir esta atividade em suas Sadhanas.
Juntar os
amigos para partilhar e preparar receitas antes da Puja será um agradável
upgrade de nossas Sadhanas e tornarão o evento ainda mais festivo. Não é necessário
que seja um alimento sofisticado. O segredo está na simplicidade e alegria de
estar juntos. Começar com as receitas de Modaka (doces em forma de bolinhas)
que são oferecidas ao Senhor Ganesha é uma boa escolha.
Após a descontração
no momento do preparo dos alimentos, que pode incluir até as crianças e os mais
novinhos nas tarefas mais simples, todos podem se congregar diante do altar
(que pode ser uma pequena prateleira decorada), fazer a saudação inicial
(Devata Pranama), colocar ali uma gotinha de perfume (Gandha) e flores, acender
o incenso e a lamparina, colocar o pratinho com os alimentos selecionados e,
então, recitar o mantra escolhido para a ocasião. Após um mínimo de 108 recitações,
ou seja, uma volta do JapaMala (rosário para Mantras) o alimento estará
consagrado e passa à ser chamado de “Prasada” – a opulência da Divindade.
Estas
sugestões nos afastam da avareza da adoração insípida tão comum em nossos dias.
Esta forma de adoração é uma crendice de origem protestante que tenta interagir
com a Divindade apenas através de embromação (embroma + oração) improvisada. Tornar
o momento de rezar um momento especial onde celebramos o privilégio de comungar
com a forma da Divindade escolhida é algo muito auspicioso.
Certamente
a Divindade “não precisa” de nossas oferendas, elas são sacrificadas e
consumidas como símbolo de nossa união com o Deus escolhido. União esta partilhada
por todos os nossos sentidos – olfato, tato, paladar, visão e audição. Isso é
um nível mais profundo e intenso de experiência muito distante da adoração insípida,
tão distante como ler num livro a descrição de uma refeição ou tê-la diante de
nós servida sobre a mesa. O Dharma é uma vivência diária e real não apenas
palavras escritas num livro.
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