Nesta
quinta feira, dia 14 de Novembro de 2019, foi realizado o ritual de Daijo-Sai (ascensão ao trono) de Sua Majestade
o Imperador do Japão. Neste rito, em parte publico e em parte secreto, o Imperador
presta reverencias aos Deuses de seu povo e de seus ancestrais (Deuses do
Shintoismo) e apresenta-se como um protetor da nação e de seu Dharma (seus valores
e costumes).
A posse
oficial do Imperador foi em 01 de Maio de 2019, entretanto o ritual deve seguir
certas configurações astrológicas e foi realizado numa quinta feira, dia
dedicado à Guru Deva (Júpiter) sob o Nakshatra (“estrela”) Rohini (Aldebaran),
ambos aspectos muitíssimo auspiciosos. Os sacerdotes iniciados devem estar sempre
atentos à estas configurações em seus ritos.
Uma das
primeiras etapas dos ritos de ascensão ao trono é a reverencia aos quatro
Imperadores que lhe antecederam no trono, da mesma forma que no nosso Dharma
Tantrico o Sadhaka saúda os quatro Gurus que lhe antecederam (Guru, Param Guru,
Paratpara Guru e Parameshthi Guru) e se compromete a manter seus valores e
dignidade.
O ponto
alto do rito principal acontece à noite quando o Imperador recebe o Darshana,
ou seja, tem o privilégio de ver, a Murti (Go-Shintai) – a representação da
Deusa Sol (Amaterasu). Nesta ocasião o Imperador junto aos sacerdotes faz várias
oferendas à Deusa e, então, desfruta da Sua Prasada – faz uma refeição com os
alimentos que foram oferecidos. Após esta comunhão o Imperador entra em estado
de união com Amaterasu OmiKami e torna-se o intercessor legitimo do povo junto à
Divindade.
Num mundo
de respeito e aceitação da espiritualidade de todos cada povo, cada família e
cada devoto adora a os Deuses ou Deusas que tocam o seu coração. O Dharma é
universal e eterno (Sanatana Dharma) entretanto manifesta-se de forma diferente
de acordo com o solo (Vastu Purusha), temperamento dos devotos (Guna) e outros
fatores. A beleza e riqueza cultural dos povos se baseia neste caráter único de
cada expressão espiritual.
Os inúmeros
pontos de interseção entre as várias religiões do mundo antigo já foram
observados por vários acadêmicos e podemos afirmar que na antiguidade praticava-se
um Dharma comum que se entendia da península Ibérica ao extremo oriente. Autores
como Alain Daniélou e outros desenvolvem esta reflexão em seus livros.
Segue vídeo
com pequenos trechos da cerimônia aberta ao publico.
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