sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Existe esta palhaçada de Carnaval Tantriko ?








Bons eram os tempos em que uma orgia recebia o nome natural que designa estas praticas: “ORGIAS” pura e simplesmente. Naqueles tempos as pessoas não eram enganadas, ou talvez não quisessem se deixar enganar. Hoje temos “workshops Tântricos” para obter riqueza e prazer (entenderam a proposta profissional ?) ou convites para desfrutar de “Carnavais Tântricos” onde se celebra a possibilidade de uma vida nova ... (sic.) – já não há a coragem de afirmar que uma suruba é apenas isto: uma suruba.

É fácil desmascarar estes pseudo-iniciados ao analisar sua ênfase na busca desenfreada pelo prazer, ao observar a exigência de testes de HIV e “outras DSTs” (sic.) para participar das surubas muitas vezes chamadas de “workshops” que fornecem até certificado (nunca soube que no Brasil haveria atestado para prostituição, alguma candidata poderia ser reprovada nesta tão honrada prova ?). De quais alunos de uma linha tradicional de Yoga foi exigido um teste de HIV para que pudessem praticar e se beneficiar do verdadeiro Tantra ?? Isto simplesmente não existe!

Se refletirmos sobre a (suposta) exigência deste teste observaremos que ela é apenas uma falsa preocupação cinicamente divulgada. Quem poderia garantir a veracidade de um destes testes de HIV num país como o Brasil onde atestados médicos são vendidos por alguns trocados ?? Que direitos teria uma pessoa que se entrega à orgias tântricas para reclamar de uma possível contaminação ?? O freqüentador deste tipo de evento pode muito bem ser o cliente de casas de swing ou de outros “serviços sexuais” que são prestados nas grandes cidades. Ficaria muito difícil provar que o contágio se deu numa destas elevadíssimas e sofisticadíssimas terapias (?!) ou iniciações (sic.).

Uma reflexão superficial poderia nos levar ao seguinte pensamento: “Que mal há nestas pessoas que desejam satisfazer sua luxuria e eventuais perversões numa surubinha de final de semana ??” ou ainda “Porque condenar orgias regadas ao aroma de incenso e nomes exóticos em Sânscrito??” Afinal de contas estes “inocentes”(sic.) não estariam fazendo mal à ninguém, estariam apenas ganhando dinheiro fácil com a profissão mais antiga do mundo.

Vamos buscar na memória a mais recente das muitas vezes que em que vimos um sorriso sarcástico ao pronunciarmos a palavra “Tantra”. Quantos professores(as) de Yoga já não perderam horas de seus dias para explicar que não eram profissionais do sexo por terem mencionado a palavra “Tantra” ?? Como pode uma dona-de-casa explicar à seus filhos que estuda os Tantras Hindus ou Budistas sem que estes pensem que a mãe se transformou numa prostituta, tamanha é a carga de desinformação que estes “terapeutas” e “iniciados” espalham por aí. Enfim, não há nada de inocente ou inofensivo nos anúncios de gigolôs oferecendo “um retiro diferente e transformador para você reconhecer a sua essência”.

Em última análise a descaracterização promovida pelos espertalhões do mercado do sexo que fazem uso do termo “Tantra” fecha as portas para uma compreensão mais profunda do que seja esta tradição. Tradição muito ampla e variada, cheia de nuances que garantem a sua beleza. Tradição que permite sim que energias sexuais possam ser canalizadas para o desenvolvimento espiritual mas que não possui relação com acampamentos ou carnavais de moralidade duvidosa.

Bons os tempos em que uma surubinha de final de semana era apenas isto: uma surubinha de final de semana. Sem incenso, nomes complicados (para impressionar) ou falsas iniciações.

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