यथा लोकेन दीपस्य किरणैर्भास्करस्य च ।
ज्ञायते दिग्विभागादि तद्वच्छक्त्या शिवः प्रिये ॥
yathā lokena dīpasya kiraṇairbhāskarasya ca |
jñāyate digvibhāgādi tadvacchaktyā śivaḥ priye ||
“Óh Querida, da mesma forma que, através da luz de uma lamparina ou dos raios do Sol, os diferentes aspectos de um espaço são conhecidos, é através de Shakti (a Mãe Divina) que o Senhor Shiva é conhecido”.
Vijñana Bhairava Tantra verso 21.
Comentário: Shiva e Shakti são apreciados com igualdade nos Tantras e o Sadhaka, o adepto iniciado, sabe que esta terminologia transcende mundanas questões de genero.
No Kaula Tantra, Shakti é definida como “Kula” enquanto Shiva é definido como “Akula”. Estas definições merecem nossa atenção especial.
A palavra Kula significa familia ou dinastia. Em contextos escriturais ela se refere à tudo o que pode/deve ser organizado, ao desejo de elevação espiritual assim como aos compromissos internos que assumimos.
Já a palavra Akula significa destituido ou desapegado. Nos Tantras ela se refere ao que vagueia livremente, à absoluta satisfação com o Si-mesmo, à ausencia de interesses e compromissos.
Shiva e Shakti são representados mutuamente apaixonados, em um eterno jogo de amor. Há um pulsar, um ir e vir, expansão e contração. Esta analogia reflete o pulsar de tudo aquilo que é Vida !
Para o Sadhaka este pulsar se manifesta em sua vida espiritual, nos multiplos aspectos de sua vida pessoal assim como na sua interação com a sociedade à sua volta. “Saber pulsar” significa saber adaptar-se à tudo o que o mundo nos oferece, saber apreciar o ato de amor de Shiva e Shakti. Celebremos o Pulsar da Vida (Sat), a Consciência que permite-nos apreciar (Cit) e a Bem-Aventurança (Ananda). Sat Chit Ananda ! Jaya Ma !
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