No
pensamento de uma pequena criança basta colocar um quepe de marinheiro e .....
pronto ! Ele já é o capitão do navio. É o pai do pequenino sonhador que pode orientá-lo
como as coisas funcionam no mundo real e motivá-lo na disciplina e dedicação
que necessitará para atingir esta nobre meta.
No
pensamento de uma pequena criança um cãozinho Poodle pode ser visto como um
perigoso monstro. Mas é o carinho de um irmão mais velho que pode esclarecer
que o animalzinho não oferece risco e que pode ser um bom amigo.
É uma benção
poder contar com um pai carinhoso ou com a experiência de um irmão mais velho
pois a ignorância, a superficialidade e a fantasia podem nos custar anos de confusão
e padecimento desnecessários.
Nas
tradições Tantricas esse irmão mais velho pode ser encontrado na pessoa do
Guru que vivenciou o cotidiano e as disciplinas espirituais que atraem
nossos corações e que portanto pode, de forma firme e responsável, orientar o
caminho à seguir. Sem a presença deste carinhoso irmão o que temos são apenas
cegos tentando guiar outros cegos.
Conhecer um
novo caminho espiritual, um outro Dharma, é uma tarefa que não pode ser feita
de forma instantânea com a simples leitura de um texto na internet (heresia da
Sola Scriptura). Toda produção literária apresenta sutilezas que só podem ser
devidamente apreciadas por aqueles que estão familiarizados com o contexto histórico
e social aonde foram produzidas.
Confiar
apenas nas próprias experiências pessoais ou na “intuição” pode nos deixar na
posição do garotinho apavorado com o Poodle ou daquele que tem medo da palavra “Bicho-Papão”,
criatura terrível que ele não conhece mas que deve ser muito ruinzinha ...... O
adulto com medo da palavra “Guru” enfrenta essa mesma sensação originada de sua
ignorância e de um temor infantil.
Sem o
respeito por aquilo que nos é novo e que desejamos conhecer somos levados a
conclusões apressadas e superficiais baseadas apenas naquilo que já vimos antes.
Corremos então o risco de nos tornar apenas um paródia, uma imitação barata, da
espiritualidade que tanto apreciamos e que gostaríamos de nos aprofundar. Por
soberba, afastamos de nós a valiosa oportunidade de aprender junto aqueles que
trilharam o caminho antes de nós e seguimos alegremente com nossos chapeuzinhos
de marinheiros achando que somos capitães .......
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